Para exercer sua
didática e atingir seus objetivos, a contabilidade possui princípios a serem
seguidos, como uma forma de “regra” para que a mesma se torne algo padronizado
e uniforme. No Brasil, os princípios aceitos são:
- Entidade;
-
Continuidade;
-
Oportunidade;
-
Valor Original;
-
Competência;
-
Prudência.
Vamos analisar cada um desses princípios, com o
objetivo de compreender melhor as essências da ciência contábil.
Entidade
Entre
os alicerces desse princípio podemos citar a autonomia patrimonial, ou seja,
esse princípio reconhece o patrimônio como o objeto da Contabilidade a ser
analisado.
“O
princípio consagra a autonomia patrimonial, a autonomia aziendal, a autonomia
do conhecimento e estudos dessas questões.” (Antônio Lopes de Sá, 2008).
Outro
ponto importante a ser citado nesse princípio, é a necessidade de diferenciação
entre patrimônios particulares do patrimônio empresarial a ser analisado. Em
outras palavras, podemos dizer que os patrimônios não devem se confundir ou se
misturarem, ou seja, o que está em poder de um sócio não pode ser considerado
como patrimônio da empresa, e vice-versa, havendo uma necessidade de separação
para fins contábeis, objetivando o aprimoramento da análise contábil.
Continuidade
Podemos
dizer que o princípio da continuidade tem como objetivo exemplificar que a
empresa deve trabalhar sem pensar em seu fim, ou seja, sempre pensando no
exercício posterior para assim conseguir gerenciar seus ativos e passivos de
forma correta e sem previsões totalmente negativas.
Segundo
Lopes de Sá (2008), se a empresa inicia, transforma-se, divide-se, associa-se,
prospera, definha, liquida-se, todas essas coisas evidenciam estados especiais
que se ligam a uma condição de vida e de saúde do empreendimento.
Assim,
podemos afirmar que os balanços analisados devem ter como observação sempre em
qual ponto a empresa se encontra, para assim poder ser realizado a perícia e
análise de forma correta, pois os valores patrimoniais flutuam e são
inteiramente influenciados pelas alterações da continuidade vitalícia da
organização.
Oportunidade
Esse
princípio tem como objetivo evidenciar a integridade dos registros das mutações
que o patrimônio da empresa sofre, ou seja, devem-se realizar os registros das
transformações no exato momento de sua ocorrência, mesmo havendo a
possibilidade do registro não ser inteiramente confiável à primeira vista,
ajustando-o posteriormente conforme preciso. Assim, até mesmo a probabilidade
de ocorrência deve ser registrada, tanto a favor como contra a organização, em
contas específicas do balanço.
“Abrangência e
instantaneidade são as bases consagradas (...)” (Antônio Lopes de Sá, 2008).
Este
princípio ainda tem como destaque a consideração dos registros não só de forma
quantitativa, como também de forma qualitativa, ou seja, deve-se indicar ao que
tal valor pertence, e vice-versa.
Registro pelo valor original
Como
o próprio nome já diz, esse princípio nos traz como propósito a escrituração dos
componentes patrimoniais na Contabilidade através de seus valores originais de
transações, expressos em números presentes e em moeda corrente do país através
de documentos hábeis que comprovem a exatidão do valor contabilizado.
Quando
integrado ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderá sofrer
alterações que não condizem com seu valor original, permanecendo assim até que
o componente registrado se encontre como parte do patrimônio.
“O
valor da entrada deve ser reconhecido e conservado como tal, sofrendo, apenas, ajustes de natureza
monetária, quando necessários.”(Antônio Lopes de Sá, 2008).
Competência
O
princípio da competência considera que os lançamentos a títulos de custos,
despesas e receitas devem ser contabilizados no momento exato de sua
ocorrência, ou seja, dentro do período ocorrido, independentemente do pagamento
ou recebimento. Podemos notar que esse princípio deixa de lado os
acontecimentos com relação a fluxo de caixa, por exemplo, se preocupando apenas
com a exatidão dos acontecimentos.
Podemos
exemplificar esse caso, da seguinte maneira: Uma empresa ao vender a prazo,
para trinta dias, o valor R$ 20.000,00 no dia 20/04/2015, deverá lançar essa
receita no dia em que ocorreu o fato, mesmo ainda não recebendo esse valor. O
valor será debitado na conta do ativo “contas a receber”, e a empresa terá em
sua demonstração de resultado uma venda de R$ 20.000,00 , mesmo esta não
estando ainda no caixa da empresa.
Para
muitos, o principio da competência é o mais importante e mais rígido dentro da contabilidade,
por ser o principal aliado do contador na hora de realizar uma correta
demonstração de resultado.
Prudência
Considerado
como o princípio da cautela, a prudência, neste sentido contábil, tem como
objetivo escolher sempre o menor valor para o ativo e o maior valor para o
passivo, em situações em que se apresentam alternativas igualmente válidas de
contabilização da quantificação do patrimônio líquido. Assim, essa escolha
sempre resultará no menor patrimônio líquido possível, ou seja, em ocasiões de
incertezas e de conflitos entre duas ou mais normas contábeis, o empreendedor
terá em suas mãos o “pior” resultado possível, porém, mais conservadora,
impedindo com que o mesmo tome medidas errôneas na organização.
“Esta
a razão de só admitir-se o uso de tal recurso diante de incertezas e com a
observação de todos os demais princípios, adotando-se, pois, a máxima cautela”
(Antônio Lopes de Sá, 2008).
Referência bibliográfica:
Antônio Lopes de Sá - Fundamentos da Contabilidade Geral-2008, editora juruã
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