quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Origem e Importância do Método das Partidas Dobradas para a Controladoria


Para o responsável pelos processos gerenciais, o método das partidas dobradas é de suma importância para que os relatórios tenham uma sincronia e sejam eficazes em sua amostragem, trazendo confiança e credibilidade para os demonstrativos gerenciais.

Segundo Franco (1996), o método das partidas dobradas foi universalmente adotado desde sua invenção, realizada pelo frade franciscano Luca Pacioli, em 1494.

Esse método, conforme Sá (2008) prevalece até hoje no mundo contábil e consagra, em sua evidência, que o débito expressa os investimentos e o crédito, os financiamentos do capital.

Esse método, para Franco (1996), tem como princípio o fato de que não existe um devedor sem credor e vice-versa, ou seja, para cada débito haverá um crédito de igual valor. É esse princípio que faz com que a equação entre ativo e passivo do Balanço Patrimonial chegue a uma igualdade no fim de determinada apuração.

Assim, por exemplo, se uma empresa adquirir um veículo à vista, tem-se a causa (dinheiro) e o efeito (veículo que passamos a ter). Não se trata de duas coisas, mas sim de um fato só, evidenciado em sua dupla forma de observar. Isso gera um registro onde, no exemplo, a conta de veículos passa a receber um débito, e a conta caixa passa a receber um crédito, da seguinte forma:

Débito – Veículos – valor X
Crédito – a Caixa – valor X

Assim, tem-se um registro duplo de mesmo valor X, igualando os valores de crédito e debito.
As expressões débito e crédito, representando inicialmente o meu e o seu, como fatos de relações apenas pessoais, passaram a ter amplo sentido em Contabilidade, para evidenciar a origem de recursos (crédito) e o efeito ou aplicação dos recursos (débitos). (SÁ, 2008,p.26)

O método de partidas dobradas, segundo Sá (2008), concede ao controller da empresa uma garantia sobre seus resultados e demonstrativos, pois assim toda origem terá sua aplicação na quantificação e qualificação do Balanço Patrimonial. Além disso, vale lembrar que as contas de Resultados (receitas, custos e despesas) também utilizam esse método, o que facilita a normatização e a interpretação dos fatos, pois sempre será possível analisar para onde a receita foi, ou seja, se essa venda foi diretamente para a disponibilidade da empresa ou se está nas contas a receber, ou ainda, por exemplo, identificar como foi realizado um pagamento de um fornecedor ou de uma despesa.

Quando se usa o método das partidas dobradas, a controladoria da empresa consegue gerar, conforme Sá (2008), balancetes de verificação que possibilitarão ao empresário analisar corretamente como estão as movimentações de cada conta contábil, seja ela do ativo, passivo, ou até mesmo contas de Resultado. O balancete de verificação, originado das partidas dobradas, será o apoio principal para a realização da apuração de alguns Tributos e, por fim, para a apuração do lucro ou prejuízo obtido pela empresa no período analisado. Portanto, pode-se dizer que um dos principais objetivos da Contabilidade Gerencial, que é apuração das variações do Patrimônio empresarial, é realizado de forma intrínseca e analítica graças ao método das partidas dobradas.

Atualmente, segundo Franco (1996), utilizar um método contábil, mesmo de forma gerencial, sem os conceitos básicos das Partidas Dobradas, pode trazer distorções nos demonstrativos, dificultando a análise dos processos financeiros e operacionais da organização. Lançar um crédito sem seu devido débito ou vice-versa, pode ocasionar incoerências na apuração do resultado da organização, conflitando com os tributos pagos, podendo até mesmo aumentar os mesmos sem nenhuma justificativa. Além disso, o Resultado Final trará graves erros de coesão em questões quantitativas, distorcendo a verdadeira variação do Patrimônio Líquido da empresa.


Para evitar esses erros, as empresas utilizam em seus departamentos contábeis Sistemas de Informação e Softwares adequados já programados para que os débitos e créditos sejam apurados de forma igual, inviabilizando para o usuário do sistema realizar um lançamento de débitos e créditos desiguais.


Referências:

FRANCO, H. Contabilidade Geral. 23.ed. São Paulo: Atlas, 1996.407p.

SÁ, A.L. Fundamentos da Contabilidade Geral.3.ed. Curitiba: Juruá, 2008.316p.

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