Para o
responsável pelos processos gerenciais, o método das partidas dobradas é de
suma importância para que os relatórios tenham uma sincronia e sejam eficazes
em sua amostragem, trazendo confiança e credibilidade para os demonstrativos
gerenciais.
Segundo Franco (1996), o método
das partidas dobradas foi universalmente adotado desde sua invenção, realizada
pelo frade franciscano Luca Pacioli, em 1494.
Esse método, conforme Sá (2008)
prevalece até hoje no mundo contábil e consagra, em sua evidência, que o débito
expressa os investimentos e o crédito, os financiamentos do capital.
Esse método, para Franco (1996),
tem como princípio o fato de que não existe um devedor sem credor e vice-versa,
ou seja, para cada débito haverá um crédito de igual valor. É esse princípio
que faz com que a equação entre ativo e passivo do Balanço Patrimonial chegue a
uma igualdade no fim de determinada apuração.
Assim, por exemplo, se uma
empresa adquirir um veículo à vista, tem-se a causa (dinheiro) e o efeito
(veículo que passamos a ter). Não se trata de duas coisas, mas sim de um fato
só, evidenciado em sua dupla forma de observar. Isso gera um registro onde, no
exemplo, a conta de veículos passa a receber um débito, e a conta caixa passa a
receber um crédito, da seguinte forma:
Débito – Veículos – valor X
Crédito – a Caixa – valor X
Assim, tem-se um registro duplo
de mesmo valor X, igualando os valores de crédito e debito.
As expressões débito e crédito, representando
inicialmente o meu e o seu, como fatos de relações apenas pessoais, passaram a
ter amplo sentido em Contabilidade, para evidenciar a origem de recursos
(crédito) e o efeito ou aplicação dos recursos (débitos). (SÁ, 2008,p.26)
O método de partidas dobradas,
segundo Sá (2008), concede ao controller da empresa uma garantia sobre seus
resultados e demonstrativos, pois assim toda origem terá sua aplicação na
quantificação e qualificação do Balanço Patrimonial. Além disso, vale lembrar
que as contas de Resultados (receitas, custos e despesas) também utilizam esse
método, o que facilita a normatização e a interpretação dos fatos, pois sempre
será possível analisar para onde a receita foi, ou seja, se essa venda foi
diretamente para a disponibilidade da empresa ou se está nas contas a receber,
ou ainda, por exemplo, identificar como foi realizado um pagamento de um
fornecedor ou de uma despesa.
Quando se usa o método das
partidas dobradas, a controladoria da empresa consegue gerar, conforme Sá
(2008), balancetes de verificação que possibilitarão ao empresário analisar
corretamente como estão as movimentações de cada conta contábil, seja ela do
ativo, passivo, ou até mesmo contas de Resultado. O balancete de verificação,
originado das partidas dobradas, será o apoio principal para a realização da
apuração de alguns Tributos e, por fim, para a apuração do lucro ou prejuízo
obtido pela empresa no período analisado. Portanto, pode-se dizer que um dos
principais objetivos da Contabilidade Gerencial, que é apuração das variações
do Patrimônio empresarial, é realizado de forma intrínseca e analítica graças
ao método das partidas dobradas.
Atualmente, segundo Franco
(1996), utilizar um método contábil, mesmo de forma gerencial, sem os conceitos
básicos das Partidas Dobradas, pode trazer distorções nos demonstrativos,
dificultando a análise dos processos financeiros e operacionais da organização.
Lançar um crédito sem seu devido débito ou vice-versa, pode ocasionar
incoerências na apuração do resultado da organização, conflitando com os
tributos pagos, podendo até mesmo aumentar os mesmos sem nenhuma justificativa.
Além disso, o Resultado Final trará graves erros de coesão em questões
quantitativas, distorcendo a verdadeira variação do Patrimônio Líquido da
empresa.
Para evitar esses erros, as
empresas utilizam em seus departamentos contábeis Sistemas de Informação e
Softwares adequados já programados para que os débitos e créditos sejam
apurados de forma igual, inviabilizando para o usuário do sistema realizar um
lançamento de débitos e créditos desiguais.
Referências:
FRANCO,
H. Contabilidade Geral. 23.ed. São
Paulo: Atlas, 1996.407p.
SÁ,
A.L. Fundamentos da Contabilidade Geral.3.ed.
Curitiba: Juruá, 2008.316p.
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