Empowerment e os tipos de Liderança

Apesar do conceito de empowerment estar associado, muitas vezes, aos termos e métodos utilizados por alguns conceitos de liderança, é necessário verificar que há alguns limites entre essa autonomia oferecida pela organização e as lideranças exercidas dentro da mesma. Mesmo os colaboradores sendo dotados de poderes para tomar decisões importantes, é de suma importância analisar até onde essa "independência" é oferecida, para não criar conflitos entres as partes da organização. A liderança deve existir, mesmo que em situações menos verticalizadas (como é proposto no empowerment), e ser respeitada para  gerar uma concretização mais sólida dos procedimentos operacionais até as principais decisões tangíveis oferecidas pelo empowerment em cada situação.

Sendo assim, o empowerment pode ser adaptado de forma mais tranquila com uma liderança democrática, onde os líderes são mais abertos e procuram a opinião coletiva para realizar operações, incentivando sempre o trabalho em equipe. Entretanto, dependendo da cultura da empresa, deve-se tomar cuidado com essa relação horizontal entre líder e liderados para que os papeis não se confundam, deixando o líder se tornar homogêneo dentro da organização, ou seja, deve haver, acima de tudo, o respeito e a confiança ao líder. Além disso, a falta de sincronia entre a delegação de poderes e um líder democrático pode acarretar em lentidão nos processos decisórios, dificultando o caminhar da empresa.

 Na liderança autocrática, os papeis se invertem. Haverá uma dificuldade para impor o empowerment, já que o líder, nessa ocasião, tomará as principais decisões do grupo, atribuirá funções, cargos e será o único "pé de apoio" da equipe, limitando opiniões, sugestões e procurando sempre ser o mais respeitado, em uma liderança totalmente verticalizada dentro da empresa. Porém, algumas organizações realmente não se podem dar ao luxo de delegar funções, sendo necessário uma liderança rígida e autônoma, devido a alta importância dos processos envolvidos, deixando de lado assim as ideias do empowerment.

Na liderança liberal,o liberalismo somado ao empowerment pode trazer vários danos para a empresa. A falta de um líder presente e a delegação excessiva de poderes podem ocasionar uma "anarquia empresarial", onde todos se denominarão "sócios-proprietários" e tomarão as decisões que julgarem corretas, sendo que as principais discussões em grupos serão por motivos pessoais e totalmente paralelos aos objetivos da organização. Para se trabalhar com o empowerment em uma situação dessa, a empresa deverá ter uma confiança demasiadamente excessiva sobre seus colaboradores, a ponto de que todos saibam se resolver de maneira clara e convincente, dificilmente encontrado nos dias de hoje.

Outro estilo de liderança muito comum principalmente em pequenas empresas, é a liderança paternalista, que, associada ao empowerment de uma maneira errônea pode também trazer riscos para a organização. Nessa liderança, os laços entre líder e liderados são como de pai para filho, ou seja, possuem uma relação muito forte e, de certa maneira, um conforto para os liderados. O empowerment, neste caso, pode trazer um desequilíbrio entre os liderados perante a empresa, pois já que todos possuem forte ligação com o líder, a concorrência por poderes será muito alta, ocasionando desentendimentos internos dos quais o líder dificilmente conseguirá resolver.

O empowerment, desde que bem estruturado, implementado na organização correta e com a liderança adequada para a atividade empresarial, pode ser uma ferramenta fantástica para melhorar a gestão e facilitar a relação entre colaborador e empregador. Todavia, se empregada na hora errada e em uma empresa com traços culturais internos mais sistemáticos, o empowerment pode ser uma terrível arma para desestruturar a empresa. Portanto, uma análise minuciosa deve ser feita em sua empresa para se chegar a devida conclusão sobre a implementação não só do empowerment, mas como de qualquer ferramenta de gestão.